MIRNA PIRIH PECÓITS RECEBE TÍTULO DE CIDADÃ HONORÁRIA DE FRANCISCO BELTRÃO
A noite de sexta-feira (9) foi marcada por mais uma solenidade no Legislativo Beltronense. A Sessão Solene de entrega de Título de Cidadão Honorário homenageou Mirna Pirih Pecóits, professora de balé que teve significativa contribuição cultural para Francisco Beltrão nos últimos 50 anos.
Mirna começou atuando como professora de Filosofia no Colégio Nossa Senhora da Glória. Depois, em 1977, abriu a Escola de Ballet de Francisco Beltrão, atual Ballet Mirna Pecóits. Durante esses anos, milhares de alunas se formaram e até hoje levam o nome da Escola para o Brasil e o mundo na arte do balé.
Depois de receber o título, a mais nova cidadã honorária de Beltrão, destacou que é um orgulho ser uma das poucas mulheres que já receberam essa honraria ao longo dos anos. “Para mim é motivo de muita alegria. Ser uma dessas poucas mulheres homenageadas com essa honraria, me traz o sentimento de dever cumprido”, disse.
A sessão solene contou com dezenas de pessoas, familiares, amigos e convidados que prestigiaram o momento. Mirna Pecóits finalizou agradecendo ao Poder Legislativo pelo reconhecimento por toda sua jornada de trabalho e dedicação ao município.
HISTÓRICO DA HOMENAGEADA
Mirna é filha de Miran e Vlasta Pirih, refugiados da Iugoslávia depois da Segunda Guerra Mundial. Nasceu no Rio de Janeiro/RJ, em 25 de março de 1947, enquanto o navio que trazia seus pais da Europa aguardava reparos. O plano inicial de seus pais era seguirem para a Argentina ou Paraguai mas, com o nascimento da filha, decidiram ficar no Brasil e se estabeleceram em Rolândia, no norte do Paraná, onde se dedicaram à produção de café.
Aos 6 anos, Mirna foi estudar no Rio de Janeiro com sua irmã mais velha e, aos 8 anos, retornou a Curitiba para ficar mais próxima de sua família. Estudou nos colégios São José (1o grau) e Sacré Coeur de Jesus (2o grau). Cursou Filosofia na Faculdade Católica (atual PUC/PR).
Estudou piano, ballet e francês, língua estrangeira essencial na época. Em 1965, se formou no curso básico de ballet clássico no Ballet Thalia com o professor russo Tadeu Morozowky, que foi um dos pioneiros da Dança no Brasil. Em 1967, casou-se com Roberto Flávio Pécoits e tiveram dois filhos (Roberto Flávio Filho e Alexandre), que lhes deram quatro netos (Julia, Roberta, Rodrigo e Peter).
Em 1970, morando em Curitiba, começou a trabalhar como professora de História no Colégio Estadual Dom Pedro II e como professora de Sociologia no Colégio Sion. Mudou-se para Francisco Beltrão em 1974. Seu primeiro trabalho em Francisco Beltrão foi no Instituto Nossa Senhora da Glória, dando aulas de Filosofia na preparação de normalistas. A partir de 1977, começou a lecionar História na Escola Nossa Senhora da Glória e no Colégio Madre Teresa, primeiro colégio de segundo grau de Francisco Beltrão. Colaborou ativamente para a criação e o desenvolvimento do Colégio Madre Teresa, que foi extremamente importante para a formação de várias gerações em Francisco Beltrão.
Nas Escolas Estaduais, era professora suplementarista (contratada apenas para cada ano letivo). Em 1977, época da Ditadura no Brasil, começou a ser exigido o atestado do DOPS para os professores que atuavam nas matérias sociais. Foi quando descobriu que que era “fichada” e não poderia continuar lecionando no Estado.
Foi assim que, por necessidade, surgiu a ideia de criar uma Escola de Dança. Então, neste ano de 1977, nasceu a Escola então chamada Escola de Ballet de Francisco Beltrão, posteriormente passando a ser chamada Centro de Artes Ballet Mirna Pécoits. A Escola funcionou por 10 anos no Colégio Glória (onde hoje é a secretaria desta escola), depois transferindo-se para o endereço na Rua São Paulo, onde funciona até hoje como Ballet Mirna Pécoits
Em 1998, junto com a Secretaria De Educação e Cultura de Francisco Beltrão, trouxe Ana Botafogo para se apresentar em Francisco Beltrão, fato inclusive citado no livro que fala sobre sua trajetória.
Há mais de 25 anos, em parceria com a Secretaria de Educação e Cultura Prefeitura Municipal de Francisco Beltrão, Mirna desenvolveu um projeto de descentralização da cultura, realizando apresentações para alunos da rede municipal de ensino em horário escolar (sem custo), para promover o desenvolvimento cultural das crianças do Município e difundir a arte da Dança.
De 2002 a 2004, desenvolveu um importante trabalho social no CAIC (com parceria do Município e de Empresas Privadas, especialmente Sadia). Seu objetivo era oportunizar cursos de ballet clássico e Danças Urbanas para levar às crianças carentes os benefícios da Dança. Em 2005 e 2006, o mesmo projeto social foi expandido e levado para outras escolas municipais.
Ao longo dos 47 anos de existência, passaram milhares de alunos e centenas de bailarinas se formaram no Curso Básico de Ballet Clássico. Diversos ex-alunos da Escola fizeram da dança suas profissões, sendo professores, criando escolas próprias ou seguindo carreira como bailarinos profissionais, no Brasil e no exterior.